O termo clean label sendo traduzido para o português como “rótulo limpo” não possui uma definição única e específica, geralmente está associado a conceitos, como: natureza, simplicidade, transparência e processamento. São caracterizados por alimentos que não possuem aromas e corantes artificiais, aditivos sintéticos, alergênicos desnecessários, presença de organismos geneticamente modificados (OGM), alimentos ultraprocessados, entre outros. Não há uma definição regulatória para produto clean label, logo pode ser englobado várias características e definições. (NASCIMENTO et al., 2018; ANVISA, 2020).
O movimento clean label se tornou importante pela busca e interesse dos próprios consumidores em saber o que esta presente em sua comida e de que forma é feita. Na Europa, o número de consumidores que consideram a lista de ingredientes um item importante na escolha de um produto aumentou de 3% para 78% entre 2011 e 2013, sendo considerado o segundo fator mais importante na escolha de um produto, depois do preço (NASCIMENTO et al., 2018).
Dados da Innova Market Insights mostram que mais de 50% dos lançamentos globais de alimentos e bebidas clean label em 2018 foram das categorias de molhos e temperos, produtos de panificação, refrigerantes, snacks, produtos lácteos e pratos prontos (SHELKE, 2020).
Com a crescente demanda em direção ao movimento clean label, as indústrias buscam adequar os seus produtos e formulações. Na indústria de panificação, por exemplo, o pão é um alimento propicio de contaminação fúngica e para garantir a qualidade e a segurança desse alimento e ainda atender as exigências clean label é necessário buscar outras formas de preservação, diferentes das convencionais, como por exemplo, o uso de conservantes naturais e “biopreservação” que está associado a massa madre fermentada naturalmente, utilizando microrganismos selecionados, como espécies de bactérias ácido lácticas, entre outras bactérias, que por meio da fermentação podem produzir diferentes ácidos orgânicos e atuar como inibidores de crescimento de microrganismos (GARCIA et al., 2019).
Referências:
ANVISA, Categorização de ingredientes derivados de vegetais – Documento de base para discussão regulatória, Diálogo Setorial, 15 de maio de 2020.
GARCIA, M.V., BERNARDI, A.O., COPETTI, M.V. The fungal problem in bread production: insights of causes, consequences, and control methods. Current Opinion in Food Science, v.29, p.1-6, 2019.
NASCIMENTO, K.O., PAES, S.N.D., AUGUSTA, I. M. A Review ‘Clean Labeling’: Applications of Natural Ingredients in Bakery Products. Journal of Food and Nutrition Research, v. 6, n. 5, p. 285-294, 2018.
SHELKE, K. Institute of Food Technologists. Clearing Up Clean Label Confusion. Food Technology Magazine, 74 (2), 2020.